INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA A CATETER

02/02/2015 15:31

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RECOMENDAÇÕES  ANVISA PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO DE CORRENTE SANGUÍNEA RELACIONADA A CATETER

  1. Para inserção do cateter

- Higienização das mãos.

- Precauções de barreira máxima: higienização das mãos, uso gorro, máscara, avental e luvas estéreis e campos estéreis grandes que cubram o paciente.

- Preparo da pele com gluconato de clorexidina.

- Seleção do sítio de inserção de CVC: utilização da veia subclávia como sítio preferencial para CVC não tunelizado.

- Revisão diária da necessidade de permanência do CVC, com pronta remoção quando não houver indicação.

- Recomenda-se adotar o formulário contendo os cinco componentes a fim de avaliar a adesão a essas práticas e instituir medidas corretivas antes do início do procedimento de instalação do cateter.

      2.   Outros Processos

Outras práticas ou cuidados que podem ser monitorados:

  • Pacientes com CVC com documentação de avaliação diária.
  • Pacientes os quais a inserção do sítio femoral foi evitada.
  • Desinfecção de conectores antes de serem acessados.
  • Coberturas com aspecto adequado.
  • Troca de sistema de infusão no tempo adequado.
  • Identificação da data de troca do sistema de infusão.
  • Troca correta de curativo.
  • Higienização das mãos antes e após o manuseio do acesso vascular

 3. Recomendações para cateter central de curta permanência

As principais indicações para o uso de CVC de curta permanência são:

- Pacientes sem reais condições de acesso venoso por venóclise periférica.

- Necessidade de Monitorização hemodinâmica (medida de pressão venosa central).

- Administração rápida de drogas, expansores de volume e hemoderivados em  pacientes com instabilidade hemodinâmica instalada ou previsível.

- Administração de drogas que necessitem infusão contínua.

- Administração de soluções hipertônicas ou irritativas para veias periféricas. 

- Administração concomitante de drogas incompatíveis entre si (por meio de  cateteres de múltiplos lúmens).

- Administração de nutrição parenteral.

Local de punção:

- Não realizar punção em veia femoral de rotina.

O aumento do risco de infecção nesse sítio, talvez seja limitado apenas para  pacientes com índice de massa corpórea >28,4.

 

3.1-  Inserção do cateter central de curta permanência

- Higienizar as mãos com água e sabonete associado à antisséptico (gluconato   clorexidina 2% ou PVPI 10%) ou preparação alcoólica para as mãos.

- Utilizar barreira máxima no momento da inserção, incluindo uso de gorro, máscara, avental estéril de manga longa, luvas estéreis e campo estéril ampliado. Utilizar também óculos de proteção.

- Cateteres inseridos em situação de emergência e sem a utilização de barreira máxima devem ser trocados para outro sítio assim que possível, não ultrapassando 48 horas.

- As instituições devem discutir mecanismos para garantir que os processos  supracitados sejam executados. O enfermeiro pode ter autonomia para suspender o procedimento eletivo caso não haja adesão às recomendações.

3.1.1 Preparo da pele:

- A remoção dos pêlos, quando necessária, deverá ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras.

- Realizar preparação da pele com solução de clorexidina alcoólica 0,5% a 2%.

- A degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando  houver necessidade de redução da sujidade.

3.1.2 Cobertura, fixação e estabilização:

- Após a instalação do cateter, estabilizá-lo com dispositivos próprios para tal fim ou, na sua ausência, com alternativas de dispositivos de estabilização e fixação estéreis.

- Usar cobertura, gaze, filme transparente ou semipermeável estéril para cobrir a inserção do cateter.

- Realizar a limpeza do sítio de inserção com clorexidina alcoólica 0,5% a 2%.

- Realizar a troca da cobertura com gaze estéril a cada 48 horas, ou antes, se estiver suja, solta ou úmida e para cobertura transparente semipermeável a cada 7 dias, ou antes, se suja, solta ou úmida.

A cobertura com gaze estéril é preferível à cobertura MTS em pacientes com discrasias sanguíneas, sangramento local ou para aqueles com sudorese excessiva. Se a escolha de cobertura for a gaze estéril, cobrí-la durante o banho com plástico.

3.1.3 Manejo e manutenção:

- Toda manipulação deve ser precedida de higienização das mãos e desinfecção das conexões com solução contendo álcool.

- Os cateteres venosos centrais de curta permanência devem ser mantidos com infusão contínua. Em situações extremas de restrição volêmica associada à dificuldade de acesso pode-se utilizá-lo de forma intermitente.

3.1.4 Troca/remoção:

-  Não realizar troca pré-programada de dispositivo, ou seja, não substituí-lo exclusivamente em virtude de tempo de sua permanência.

-  A princípio, trocas por fio guia deveriam ser realizadas em complicações não infecciosas (ruptura e obstrução).

4. Dispositivos vasculares em situações especiais

4.1 Cateter Semi-Implantáveis ou tunelizados

O Acesso venoso de longa permanência é recomendado para pacientes oncohemotológicos, principalmente em transplante de medula óssea e em portadores de insuficiência renal (diálise programada por mais de 21 dias), permitindo coleta de amostras de sangue e administração de drogas, hemocomponentes e NPT, antimicrobianos e contraste. Podem permanecer por meses a anos.

Devem ser inseridos cirurgicamente em ambiente controlado, como: centro cirúrgico e sala de hemodinâmica.

Os cuidados recomendados são os mesmos daqueles descritos para cateteres de curta permanência.

Após a cicatrização do óstio (em média 2 semanas) manter o sítio de inserção descoberto.

4.2 Cateter Totalmente Implantável:

Os pacientes são candidatos ao implante destes cateteres quando seu tratamento envolver qualquer uma das seguintes condições: acesso venoso frequente, tratamento prolongado com infusão, quimioterapia (hospitalar ou domiciliar), dano tissular, trombose ou esclerose, devido ao tratamento prévio com medicação irritante e previsão de uso prolongado de medicações irritantes endovenosas.

São os dispositivos que apresentam menores riscos de IPCS.

Devem ser inseridos cirurgicamente em ambiente controlado, como: centro cirúrgico e sala de hemodinâmica.

Os reservatórios são implantados em uma loja subcutânea, geralmente na região peitoral entre o esterno e o mamilo. Escolher veia subclávia jugular ou cefálica.

A punção do reservatório (porth) deve ser realizada com agulha/escalpe, angulada, própria para uso na membrana do reservatório (agulha tipoHuber).

Durante a punção, utilizar máscara cirúrgica (profissional e paciente), e luvas estéreis, obedecendo à técnica asséptica.

Realizar antissepsia com gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%, antes de puncionar o reservatório.

Manter a agulha por até 7 dias, protegida por cobertura estéril.

Garantir estabilização da fixação, evitando mobilização da agulha Huber.

Evitar sempre que possível, a coleta de sangue por meio do reservatório.

4.3 - Cateteres Central de Inserção Periférica (PICC):

O procedimento de inserção deve ser rotineiramente iniciado em região da fossa anticubital. As veias que podem ser consideradas para a canulação são a basílica, a cubital média, a cefálica e a braquial. É considerado o cateter de escolha para terapia intravenosa em pacientes neonatais e pediátricos. Nessa população, outros sítios adicionais podem ser incluídos, tais como, veias da cabeça, pescoço e dos membros inferiores.

A veia jugular externa também pode ser utilizada para a canulação do PICC, porém esse sítio não é o ideal.

A remoção dos pêlos, quando necessária, deve ser realizada com tricotomizador elétrico ou tesouras.

Usar precauções de barreira máxima que incluam o uso de máscara, gorro, luvas estéreis, avental estéril e campo ampliado estéril durante a inserção do  PICC.

Utilizar luvas estéreis sem pó para prevenir irritações no sítio de inserção e/ou flebite química.

Para preparação da pele o antisséptico de escolha é o gluconato de clorexidina alcoólica 0,5% a 2%.

Degermação previamente à antissepsia da pele é recomendada quando houver necessidade de redução da sujidade.

Utilizar curativo com gaze estéril nas primeiras 24 horas.

Após esse período, substituir por MTS.

A cobertura com gaze estéril é preferível à cobertura MTS em pacientes com discrasias sanguíneas, sangramento local ou para aqueles com sudorese excessiva.

Os produtos/materiais utilizados para a estabilização dos cateteres devem ser estéreis.

Na troca da cobertura atentar para que não haja deslocamento do cateter.

O tempo de permanência máxima do PICC não é conhecido, podendo ser utilizado por períodos prolongados.

Deve ser realizado o acompanhamento e a monitorização do sítio de inserção.

O PICC não deve ser substituído de forma pré-programada.

4.4 Cateter Umbilical:

O cateter umbilical deve ser reservado para situações de emergência ou quando não houver outra opção de acesso, devendo ser substituído assim que possível.

Realizar antissepsia do coto e da região peri-umbilical com produto à base de clorexidina ou PVPI. Não utilizar tintura de iodo pelo impacto sobre a glândula tireóide do neonato.

Utilizar barreira máxima no momento da inserção, incluindo uso de gorro, máscara, avental estéril de manga longa, luvas estéreis e campo ampliado estéril.

Após sutura do cateter no coto umbilical, realizar fixação do dispositivo, utilizando a técnica da “ponte.”

Manter o sítio de inserção limpo e seco.

Não utilizar antimicrobianos tópicos pelo risco de seleção de resistência

microbiana e de colonização fúngica.

Remover cateteres umbilicais assim que possível, (quando não mais forem

necessários) ou quando surgir qualquer sinal de insuficiência vascular.

Cateteres umbilicais arteriais, preferencialmente, não devem ser mantidos

por mais de 5 dias.

Cateteres umbilicais venosos devem ser removidos quando não mais

necessários, mas podem permanecer por até 14 dias. Desde que mantidos

por meio de técnica asséptica.

4.5 Flebotomia:

Não há recomendação para uso dessa via de forma rotineira.

4.6 Cateter arterial pulmonar (Swan-Ganz):

Em princípio, manter o cateter de Swan-Ganz por até 5 dias.

No momento da retirada do cateter, deve-se remover todo o conjunto, incluindo o introdutor.

Usar sacos transparentes estéreis (bainha) durante a manipulação do cateter da artéria pulmonar.

Utilizar cobertura estéril reforçada para garantir a estabilidade do cateter.  

4.7 Cateteres arteriais periféricos:

Os cateteres arteriais periféricos geralmente são inseridos na artéria radial ou femoral. Permitem uma mensuração contínua da pressão arterial e coleta de sangue para a medição dos gases arteriais.

Utilizar cateter específico para punção arterial na instalação da pressão arterial invasiva.

Utilizar somente componentes estéreis para o sistema de monitorização de pressão arterial invasiva.

Manter o cateter arterial periférico por no máximo 5 dias.

Não trocar rotineiramente os cateteres arteriais periféricos.

Minimizar as manipulações do cateter arterial periférico, se necessário fazer por meio do sistema de flush contínuo fechado.

Utilizar transdutores descartáveis para a monitorização da pressão arterial invasiva. Trocar esses transdutores a cada 96 horas, juntamente com os seus acessórios e soluções para flush.

Na troca da cobertura atentar para que não haja deslocamento do cateter.

Acesso vascular para hemodiálise:

A necessidade de acesso vascular em pacientes com insuficiência renal pode ser temporária ou permanente. Existem métodos que ajudam a estabelecer acesso temporário por períodos que variam de horas a semanas, envolvendo a inserção de cateteres em uma grande veia.

Os métodos permanentes permitem o acesso vascular por meses a anos e incluem fístulas arterio-venosa, enxerto arterio-venoso e o implante do cateter de Permicath®.

Este item será direcionado aos cateteres destinados ao acesso vascular de curta permanência para hemodiálise, no que diz respeito à prevenção de IPCS.

É utilizado em pacientes com diagnóstico de insuficiência renal aguda, insuficiência renal crônica sem acesso permanente disponível, pacientes em diálise peritoneal ou receptores de transplantes que necessitam de procedimentos dialíticos temporários.

Os locais mais indicados para a inserção dos cateteres para hemodiálise são as veias jugular e femoral, ao invés de veia subclávia, pelo alto risco de estenose.

Não há indicação de troca rotineira pré-programada do cateter.

Realize a troca da cobertura quando úmida e/ou suja.

Trocar o curativo a cada sessão (pacientes ambulatoriais), ou a cada 48h,ou quando sujo, utilizando gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%.Realize limpeza prévia com solução fisiológica 0,9% se necessário.

4.8 Acesso intraósseo:

Consiste na introdução de uma agulha na cavidade da medula óssea, possibilitando acesso à circulação sistêmica venosa por meio da infusão de fluidos na cavidade medular para a infusão de medicamentos e soluções em situações de emergência.

Realizar o procedimento com técnica asséptica.

Realizar botão anestésico com lidocaína 2% em pacientes conscientes.

Utilizar barreira máxima para instalação do acesso, ou seja, máscara, óculos de proteção, gorro, avental com mangas longas estéril, campo ampliado estéril e luvas estéreis.

Nota: Em situação de urgência, é imprescindível pelo menos a antissepsia da pele e o uso de luvas estéreis.

Para o preparo da pele antes da punção realizar a degermação com gluconato de clorexidina 2 ou 4% e na sequência fazer a antissepsia complementar com gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%.

Após a instalação do acesso, utilizar cobertura estéril para proteção e fixação do dispositivo.

Trocar o curativo a cada 48h ou quando sujo utilizando, gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%. Realize limpeza prévia com soluçãofisiológica 0,9%, se necessária.

Podem ser mantidas no lugar da punção até 72-96 horas; salienta-se que quanto mais tempo a agulha permanecer no local, maior o risco de infecção e de deslocamento. Na prática, a agulha intraóssea é removida geralmente assim que outro acesso vascular, se periférico ou central, estiver disponível, idealmente dentro de 6-12 horas.

4.9 Hipodermóclise:

É definida como a infusão de fluidos no tecido subcutâneo. O mecanismo da hipodermóclise consiste na administração lenta de soluções no espaço subcutâneo, sendo o fluido transferido para a circulação sanguínea por ação combinada entre difusão de fluidos e perfusão tecidual.

Constitui modalidade de administração de fluidos para correção rápida de desequilíbrio hidroeletrolítico.

Realizar o procedimento com técnica asséptica.

Para o preparo da pele antes da punção realizar a degermação com gluconato de clorexidina 2 ou 4% e na sequência fazer a antissepsia complementar com gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%.

Trocar o curativo a cada 48h ou quando sujo, utilizando gluconato de clorexidina alcoólica 0,5 a 2%. Realize limpeza prévia com solução fisiológica 0,9%, se necessário.

Recomenda-se a troca do sítio de inserção do cateter a cada 72 horas ou na suspeita ou vigência de complicações.

5. Selamento com antimicrobiano:

O selamento (Lock) com antimicrobianos consiste no preenchimento do(s) lúmen(s) com solução geralmente contendo antimicrobianos em altas concentrações. A base teórica é a de que níveis elevados dessas substâncias poderiam resultar em eficácia contra a formação de biofilmes bacterianos, cujo aparecimento tem papel fundamental na colonização dos dispositivos.

Pelo potencial risco de seleção de resistência microbiana e eventual toxicidade sistêmica caso haja infusão da solução, seu uso deve ser reservado quando houver histórico de múltiplas IPCS no passado e a disponibilidade de acessos vasculares for limitada ou quando a consequência de eventual bacteremia for muito grave (por exemplo, em pacientes com próteses endovasculares) ou quando as taxas de IPCS estiverem acima da meta a despeito da adesão a todas as outras medidas preventivas. Recentemente uma metanálise incluindo 8 ensaios clínicos randomizados em pacientes em diálise, foi verificado que o uso de Lock com antimicrobianos reduziu em 3 vezes o risco de IPCS relacionado a cateter.

A utilização desta técnica deve levar em consideração o fármaco utilizado o volume administrado, o tempo, a concentração e as incompatibilidades.

6. Cateteres recobertos/impregnados:

Existem diversos dispositivos que contêm produtos com ação antimicrobiana entre os quais se destacam aqueles recobertos com antissépticos (por exemplo, sulfadiazina de prata e clorexidina) e aqueles impregnados por antimicrobianos, como minociclina e rifampicina). No primeiro grupo, encontram-se dispositivos recobertos apenas na face extraluminal (primeira geração) e os que apresentam os antissépticos na superfície extraluminal e intraluminal (segunda geração). Adventa-se a possibilidade dos cateteres de segunda geração ser mais úteis, particularmente quando houver persistência prolongada do dispositivo, já que nesses casos a gênese da IPCS tende a depender de colonização intraluminal. Cateteres impregnados com antimicrobianos, como minociclina/rifampicina, foram comparados com dispositivos recobertos de primeira geração, com melhores benefícios em relação às taxas de colonização e de IPCS relacionada a cateter. Contudo, não houve comparação com os de segunda geração e, desta forma, ainda não é possível definir se os melhores desfechos foram relacionados ao tipo de material utilizado (antimicrobianos X antissépticos) ou simplesmente às diferenças nos graus de revestimento (de ambas as faces X face extraluminal exclusivamente).

 Podem ser recomendados em situações onde as taxas de IPCS persistirem acima do valor máximo aceitável, a despeito da implantação de todas as outras medidas de prevenção supracitadas, quando houver histórico de múltiplas IPCS no passado e a disponibilidade de acessos vasculares for limitada ou quando a consequência de eventual bacteremia relacionada a cateter for muito grave (por exemplo, em pacientes com próteses endovasculares).

Cateteres com outros produtos antimicrobianos (cloreto de benzalcônio associado ou não à heparina, miconazol/rifampicina, dispositivo de prata iontoforéticos ou impregnados) foram pouco testados ou não se associaram a benefícios consistentes e, portanto, não são recomendados atualmente.

7. Sistemas de infusão:

7.1 Frascos para infusão:

Preferencialmente, utilizar bolsa colabável e transparente, que permita o escoamento total de seu conteúdo, sem necessidade de desconexão do sistema (exceto, para medicamentos específicos que apresentam interação com o polietileno, do qual a bolsa é composta); deve conter dados de identificação do produto (data de fabricação e validade, lote, composição), e ainda, possuir dispositivo para a adição de elementos e de fácil manuseio livre de látex e autosselável.

 As bolsas de solução flexíveis, confeccionadas em cloreto de polivinil (PVC), contêm o componente plástico dietilexilftalato (DEHP), que pode causar incompatibilidade com alguns fármacos, tais como, nitroglicerina, amiodarona e outros.

Para a administração desses fármacos é recomendado o uso de frasco rígido (vidro) ou semirrígido (polietileno). Nesses casos, utilizar equipo com respiro, conforme descrição abaixo.

É Contra indicada a perfuração da bolsa, frasco semirrígido ou rígido, com objetivo de permitir a entrada de ar.

Em frascos com tampa de borracha há o risco de fragmentação da borracha na solução durante a inserção do equipo.

A troca do frasco deve respeitar o tempo de infusão e a estabilidade da solução ou do fármaco reconstituído.

8. Equipo para infusão:

No caso dos equipos com injetor lateral, este deve ser confeccionado com material autosselável, isento de látex, para uso exclusivo com seringas, e adaptador tipo luer lock, na sua porção distal, como medida de segurança para evitar a desconexão acidental.

Quando da utilização de frascos de infusão colabável, contraindica-se a utilização de equipo com respiro de qualquer natureza.

Para utilização em frascos semirrígidos e rígidos, recomenda-se o uso de equipo que contenha respiro com filtro hidrofóbico de 0,22 ų, e que atenda a legislação vigente no país.

Os equipos comuns (macrogotas e microgotas) devem apresentar, na porção proximal, um adaptador na forma pontiaguda para conexão nos frascos e bolsas de solução, uma câmara gotejadora flexível e transparente.

O tubo extensor confeccionado em PVC ou polietileno com comprimento adequado para a necessidade da terapia deve ser transparente e flexível.

Para administração de fármacos fotossensíveis, o equipo deverá apresentar coloração âmbar.

Equipos utilizados em frascos rígidos e semirrígidos devem apresentar respiro para a filtragem do ar. O respiro deve conter um filtro hidrofóbico de 0,22 ų. O injetor lateral se for utilizado, destina-se apenas a conexões com sistema sem agulha do tipo luer lock (seringas equipos e extensores).

Presença de filtro na tampa protetora da porção distal do equipo, para eliminação do ar durante o preenchimento do tubo extensor.

Sistema de conexão luer lock na porção distal do equipo, para adaptação segura em cateteres, dânulas entre outros.

8.1 Equipo com câmara graduada:

O equipo graduado deve apresentar um tubo extensor proximal, transparente e flexível, com adaptador perfurante para conexão em frasco ou bolsa de solução.

A câmara graduada deve apresentar corpo rígido, ser transparente, graduada em mililitro (mL), com filtro de 0,22μ e injetor autosselável, livre de látex.

O tubo extensor confeccionado em PVC ou polietileno com comprimento adequado para a necessidade da terapia deve ser transparente e flexível.

O injetor lateral se for utilizado, se destina apenas a conexões com sistema sem agulha do tipo luer lock (seringas equipos e extensores).

O sistema de conexão luer lock deve estar na porção distal do equipo para adaptação segura em cateteres, dânulas entre outros.

Deve existir filtro na tampa protetora da porção distal do equipo para eliminação do ar durante o preenchimento do tubo extensor.

8.2  Troca do equipo:

Infusão contínua – proceder a troca a cada 72-96h.

Infusões intermitentes – proceder a troca a cada 24h.

Nutrição parenteral – proceder a troca a cada 24 h.

Emulsões lipídicas – proceder a troca a cada 24h.

Administração de sangue e hemocomponentes – proceder a troca a cada bolsa.

O sistema de infusão deve ser trocado na suspeita ou confirmação de IPCS.

8.3 Conectores:

Devem ser autosseláveis.

Devem ser compatíveis com a conexão luer lock.

Devem ser preferencialmente transparentes, permitindo a visualização de seu interior e evitando o acúmulo de sangue.

Os componentes devem ser isentos de látex.

Resistente ao álcool.

Permitir alto fluxo de infusão.

Nenhum artefato metálico na sua composição, para permitir o uso durante a realização de ressonância magnética.

Não ter resistência à infusão lipídica.

Compatível com todos os acessórios e sistemas de infusão (sistema de conexão luer lock para adaptação segura em cateteres, dânulas e extensores multivias).

Não dificultar a coleta de sangue para exames de laboratório.

Monitorar cuidadosamente as taxas de infecção após a introdução de conectores valvulados.

Realizar desinfecção das conexões com solução alcoólica por meio de fricção vigorosa com, no mínimo, três movimentos rotatórios, utilizando gaze limpa ou sache, sempre antes de acessar o dispositivo.

Não permitir vazamento de solução após a desconexão de seringas, equipos, extensores e dânulas.

Deve resistir a múltiplos acionamentos.

A troca dos conectores deve ser realizada a cada 72-96 horas ou de acordo

com a recomendação do fabricante.

8.4 Dânulas:(TORNEIRINHA)

A troca deve ser realizada juntamente com o sistema de infusão.

As dânulas (torneirinhas) devem ser confeccionadas com material transparente.

O sistema de conexão luer lock deve ser usado para adaptação segura nos cateteres ou extensores.

Devem ser utilizados, preferencialmente, conectores sem agulha.

As entradas da dânula devem ser cobertas com tampas estéreis.

Quando houver necessidade de uso de tampas na dânula, essas devem ser descartadas a cada uso.

Realizar desinfecção das conexões com solução alcoólica por meio de fricção vigorosa com, no mínimo, três movimentos rotatórios, utilizando gaze limpa ou sachê.

8.5 Tubos extensores para infusão:

Nos cateteres periféricos pode ser considerado como parte do cateter.

Em cateteres centrais a troca do extensor deve ser realizada junto com o sistema de infusão.

O extensor deve ser confeccionado com material transparente, flexível e possuir protetores nas extremidades.

A adaptação segura (tipo luer lock) em cateteres e equipos deve ser garantida.

8.6 Extensores multivias:

Deve ser confeccionado com material transparente, flexível e possuir protetores nas extremidades.

Sistema de conexão luer lock para adaptação segura ao sistema.

Deve apresentar pinça corta-fluxo em cada via.

A troca deve ser realizada junto com o sistema de infusão.

8.7 Transdutores de Pressão:

 Devem ser trocados a cada 96 horas ou de acordo com a recomendação do fabricante.

8.8 Filtros de linha:

 Não devem ser utilizados com o propósito de prevenir infecção.

8.9   Bombas de Infusão:

Deve ser realizada a manutenção preventiva de acordo com cronograma estabelecido pelo fabricante ou pela instituição e corretiva.

Devem ser mantidos os registros das manutenções.

A limpeza e desinfecção da superfície e do painel das bombas de infusão deve ser realizada a cada 24 horas e na troca de paciente, utilizando produto conforme recomendação do fabricante.

A troca de equipos deve ser feita de acordo com a recomendação do Fabricante.

8.10  Bombas de Infusão de uso domiciliar:

A manutenção preventiva deve ser realizada de acordo com cronograma estabelecido pelo fabricante ou pela instituição e corretiva.

O registro das manutenções devem ser mantidos.  

A limpeza e desinfecção da superfície e do painel das bombas de infusão devem ser realizadas a cada 24 horas e na troca de paciente, utilizando produto conforme recomendação do fabricante.

Deve ser estabelecida rotina para avaliação de acesso vascular e funcionamento do equipamento.

9 - Cuidados com manipulação e preparo de medicação

Não use nenhum frasco de fluido parenteral se a solução estiver visivelmente turva , apresentar precipitação ou corpo estranho.

Use frascos de dose individual para soluções e medicações quando possível.

Não misture as sobras de frascos de uso individual para uso posterior.

Se o frasco multidose for utilizado, refrigerá-lo após aberto conforme recomendação do fabricante.

Limpe o diafragma do frasco de multidose com álcool 70% antes de perfura-lo.

Use um dispositivo estéril para acessar o frasco multidose.

Descarte o frasco multidose se a esterilidade for comprometida.

O conjunto de agulha e seringa que acessar o frasco multidose deve ser utilizado uma única vez e descartado após o uso em recipiente adequado.

10 - Novas tecnologias

10.1  Cobertura ou esponja impregnada com gluconato de clorexidina:

Pode ser utilizada para a redução da IPCS, em situações nas quais as taxas de IPCS persistirem acima do valor máximo aceitável, a despeito da implantação de todas as outras medidas de prevenção supracitadas, quando houver histórico de múltiplas infecções de corrente sanguínea no passado e a disponibilidade de acessos vasculares for limitada ou quando a consequência de eventual bacteremia relacionada a cateter for muito grave (por exemplo, em pacientes com próteses endovasculares).

10.2  Conector recoberto com prata

Tem como propósito reduzir a colonização do canhão (hub) uma vez que é conhecida a atividade antimicrobiana da prata. Seu uso não é indicado rotineiramente até o momento, pois não há evidência que reduza incidência de IPCS.

11- Outras recomendações

11.1-  Banho com gluconato de clorexidina

O banho diário com gluconato de clorexidina percentagem pode ser utilizado em situações onde as taxas de IPCS persistirem acima do valor máximo aceitável a despeito da implantação de todas as outras medidas de prevenção supracitadas, quando houver histórico de múltiplas infecções de corrente sanguínea no passado e a disponibilidade de acessos vasculares for limitada ou quando a consequência de eventual bacteremia relacionada a cateter for muito grave (por exemplo, em pacientes com próteses endovasculares).

11.2 - Profilaxia antimicrobiana

Não há recomendação de administração de profilaxia antimicrobiana

Pomadas antimicrobianas para sítio de inserção

O uso de pomadas antimicrobianas em sítio de inserção deve ser limitado para cateteres de hemodiálise.

Não utilizar pomadas com mupirocina pelo risco de desenvolvimento de resistência microbiana e incompatibilidade com os cateteres confeccionados com poliuretano.

Podem ser utilizadas pomadas contendo PVPI a 10% ou polisporina tripla (bacitracina, polimixina e gramicidina) como recurso para redução de IPCS em pacientes de hemodiálise.

11.3 -  Acesso para nutrição parenteral

Deve ser utilizada via de infusão exclusiva para nutrição parenteral.

12- Ultrassom

Para passagem de cateteres venosos centrais recomenda-se o uso do ultrassom para reduzir o número de tentativas de canulação e complicações mecânicas.

Resumo da fonte: https://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/ef02c3004a04c83ca0fda9aa19e2217c/manual+Final+preven%C3%A7%C3%A3o+de+infec%C3%A7%C3%A3o+da+corrente.pdf?MOD=AJPERES

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